Eu fui enchendo... enchendo... enchendo... Tô quase estourando.
Não gosto do que escrevo. Fiz o blog pra me forçar a escrever, pra exercitar minha maneira de vazar. No entanto, parece que escrevo, escrevo, escrevo e não escrevo nada.
Tô adiando...
Passei a escrever pra traduzir-me para uma língua que eu compreenda. Porém as palavras não dão conta de mim, embora me ultrapassem. Eu não me sacio...
Estou desistindo de mim... A fadiga me toma; o tédio se tornou uma companhia desagradável e inconveniente que nunca vai embora. E o pior: Estou começando a ficar indiferente a isso.
Cansar-se faz parte, estou vivo.
Viver não é se cansar.
Descansar não significa deixar de viver.
E como se descansa sem deixar de fazer o que se faz? Devo parar! Não quero mais fazer se estou fadigado...
Talvez eu deva diminuir, mas não parar. Alterar, mas não inverter. Estamos aonde estamos para abrir asas.
Minhas asas atrofiaram...
Pára, pára! Quem é você?!
Sou eu. Sou eu hoje e ontem também era eu... Amanhã serei eu de novo. Me cansa! Eu de novo... Me cansa! E de novo...
Nunca me foi tão custoso fazer coisas tão simples. O que quero, não há. O que há, renego.
Tá tudo tão árido, tão insosso, tão estéril.
Entretanto, continuo sendo eu, agindo como sempre agi. Me pego me comportando como se tudo estivesse bem como sempre esteve, e penso que de fato tudo está. Mas depois, concluo que não... Ou que sim, e ainda assim não estou satisfeito, porque no fim das contas apenas estou vivendo da única forma que sei... É tudo automático.
Dei-me conta de que tenho achado que quase tudo está errado. Começo a achar que, para eu estar com essa impressão, deve haver algo primordial mal colocado, ausente, falho em minha vida, algo básico, que acaba por deixar toda a estrutura abalada. Como um prédio sem um de seus pilares... Manquei todo esse tempo até aqui.